Texto escrito por: Daniel Gomes
Via: O São Paulo
O SÃO PAULO apresenta dicas de alguns especialistas na área financeira para a boa gestão das finanças domésticas
Ter as contas no limite entre o que se ganha e o que se gasta, “perder o sono” por causa de uma dívida e não conseguir planejar o futuro financeiro são algumas das constatações de uma recente pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Banco Central do Brasil (Bacen), que ouviu 5.220 pessoas em todo o País.
Entre os entrevistados, por exemplo, 69,4% afirmaram ter gastos iguais ou superiores ao que ganham. Este e outros dados serviram de base para a criação do Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), uma ferramenta que permite um diagnóstico sobre a situação financeira pessoal, e que pode ser acessada gratuitamente em https://indice.febraban.org.br.
A seguir, O SÃO PAULO apresenta orientações de alguns especialistas na área financeira para a boa gestão das finanças domésticas.
Pagar contas regulares – de água, energia elétrica e telefone – com o cartão de crédito é um hábito de 17% das pessoas no estado de São Paulo, conforme uma pesquisa do Serasa Experian.
Cristiane Mancini, mestra em Economia pela PUC-SP e gerente de produto Ceic América Latina do ISI Emerging Group, alerta que tal hábito é prejudicial às finanças pessoais e pode deixar as contas mais caras. “Existem algumas bandeiras de cartões que cobram tarifas ao pagar as contas regulares. Assim, provavelmente se pagará mais por algo do que ‘deveria’.” Também é um erro pensar que o limite do cartão é uma espécie de renda adicional. “Com o cartão não se ‘expande’ a renda, mas, sim, se tem uma outra forma de pagar contas. Ou seja: para adquirir algo e pagar o que precisar, você continua dependendo da mesma renda inicial.”
Em um caderno, nos aplicativos de celular ou no computador, anote todos os seus gastos. “Tome nota de absolutamente tudo o que foi feito com o cartão: alimentação, combustível, vestuário, TV, celular, passeios, viagens. Ao observar os gastos mais corriqueiros, se terá a dimensão real se conseguirá pagar essa fatura no final do mês ou, caso contrário, reincidirá para o próximo”, recomenda Cristiane.
Em artigo no site da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), o presidente da entidade, Reinaldo Domingos, afirma que, além de conhecer as dívidas recorrentes, “é preciso ter ciência dos hábitos de consumo e entender exatamente onde seu dinheiro é gasto diariamente. Isso é necessário porque se torna muito comum dar maior atenção aos grandes gastos e perder o controle dos menores, que, na realidade, podem representar o maior perigo às finanças”, afirma, recomendando, ainda, que se renegocie valores. “Ligar nas prestadoras de serviço e solicitar desconto ou redução nas tarifas é uma das coisas que você pode fazer.”
Mês a mês, cresce a quantidade de brasileiros que aderem ao Pix para transferências e pagamentos diversos. “O Pix não deixa de ser uma transação convencional, como se fazia. Dessa forma, para se transferir uma quantidade de ‘dinheiro’ é preciso tê-la. Quando não se tem, utiliza-se um crédito disponível da conta corrente por exemplo, o chamado cheque especial, que é um ‘dinheiro emprestado’, não faz parte da própria renda, você terá de pagá-lo e atualmente o juro mensal para isso é de 124,9% ao ano”, alerta Cristiane.
Uma dica da Abefin é que se guarde “dinheiro para cada sonho simultaneamente e escolha o melhor investimento de acordo com o prazo de realização de cada um. Para os de curto prazo (até um ano), coloque na caderneta de poupança; para os de médio prazo (de um a dez anos), no CDB, Tesouro Direto, fundos de investimento; os de longo prazo (acima de dez anos), Tesouro Direto, previdência privada e ações são boas opções”. Essas e outras dicas podes ser vistas em https://abefin.org.br.
Os jovens Ana Carolina Fernandes Alves, 27, economista, e Augusto Luís Pinheiro Martins, 30, filósofo e teólogo, idealizaram o projeto Educação Financeira para a Vida (EFV), voltado para as famílias e fundamentado nos princípios do Pensamento Social Cristão e nas espiritualidades franciscana e inaciana. A cada semana, são disponibilizados gratuitamente conteúdos de educação financeira em podcasts, por meio do site https://edufinvida.wixsite.com/site e nas redes sociais (@edufinvida). Detalhes sobre a iniciativa podem ser lidos nesta reportagem publicada no site do O SÃO PAULO, acessando o link a seguir: https://bityli.com/4NcuA