O aumento tarifário na conta de luz é uma realidade e, por enquanto, não há previsão de retroceder para níveis mais baixos
Texto escrito por: Paulo Paquera
No dia 29 de junho de 2021, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), havia aprovado o reajuste dos valores referente ao consumo de energia elétrica, que passou a vigorar a partir de 01 de julho de 2021.
O valor deferido pela ANEEL em junho, representava um aumento de 52%, onde passou de uma taxa de R$ 6,243 por 100 kWh consumidos, para R$ 9,49 pelos mesmos 100 kWh.
As bandeiras tarifárias cobradas na conta de luz, são taxas que compõe o valor a ser pago pelo consumidor final. Essas tarifas acompanham as condições para a geração de energia no país. Quando as condições são favoráveis, não há cobrança, portanto, aplica-se a bandeira verde, onde apenas o custo de consumo é considerado, mas quando há algum tipo de problema hídrico, são aplicadas as taxas denominadas como: bandeira amarela, vermelha patamar 1 ou vermelha patamar 2, onde cada uma representa um encargo extra por kWh consumidos dentro de um mesmo mês, até o dia 31 de agosto de 2021, estávamos dentro da bandeira 2 vermelha.
Os técnicos da ANEEL sugeriram que o novo valor fosse de R$ 11,50, porém, após uma breve consulta pública, recuaram com a primeira decisão, mantendo os 52% de aumento, que já é considerado alto.
Os agentes já trabalhavam com a expectativa de um novo aumento de valores, que foi confirmada, dia 31 de agosto de 2021, com a criação de uma nova categoria de taxa, que sobrepõe a bandeira 2 vermelha, chamada: bandeira tarifária de escassez hídrica.
Com a atualização, considerando a taxa extra, o valor pelo consumo de 100 kWh passou de R$ 9,492, para R$ 14,20. Valor que supera, em muito, a sugestão feita pelos diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica.
Estima-se que o aumento terá vigência entre os meses de setembro 2021 e abril de 2022, com a possibilidade de ser estendida, ou alterada novamente, caso necessário.
A aplicação das taxas foi confirmada por um motivo, as usinas elétricas passam por uma crise hídrica desafiadora: a maior seca dos reservatórios dos últimos 91 anos, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o que faz necessário a utilização das usinas termelétricas, que utilizam da queima de combustível para o fornecimento de energia, que é naturalmente mais caro, e esse valor é repassado ao consumidor final.
Além de refletir na conta de luz, essa determinação da ANEEL poderá ser sentida também de outras formas, já que a crise hídrica que motivou o acréscimo das bandeiras tarifárias extras, vão contribuir com o aumento da inflação, influenciando diretamente no preço dos alimentos, por exemplo.