Tudo começa com um convite para um encontro romântico, um jantar intimista e, depois do primeiro beijo, resta a conta do restaurante para encerrar a noite. Quem já trocou o status das redes sociais por “em um relacionamento sério” provavelmente não fez isso pensando na fatura do cartão de crédito. Porém, a verdade é que o coração também interfere no orçamento e, por isso, muita gente já se perguntou: afinal, o que é mais barato, ficar solteiro ou namorar?Se os passeios, os restaurantes e as idas ao cinema ferem o bolso dos namorados, por outro lado, solteiros podem esbanjar nas baladas de fim de semana. Para calcular quem gasta mais, convidamos o educador financeiroda DSOP Educação Financeira, Arthur Lemos. Baseado em diagnósticos, ele comparou o perfil financeiro de dois casais de namorados e de dois solteiros com hábitos de consumo semelhantes. Nenhum deles mora junto ou tem filhos, o que poderia comprometer a avaliação.O primeiro casal a entrar nessa disputa financeira, Aleana Lôbo (34) e Gustavo Santos (30), é daqueles que não perde uma boa farra. Baladeiros assumidos, estão sempre nas festas mais animadas da cidade - tudo devidamente registrado nas redes sociais. “Gostamos de sair para dançar, ver shows, curtir um barzinho”, conta Aleana. Economizando lá e cá com a entrada das festas (porque Gustavo trabalha em eventos) dizem que, na média, desembolsam cerca de R$ 70 a R$ 100 por saída (R$ 200 no fim de semana, sendo R$ 100 para cada um). “Ela também não bebe muito, o que ajuda”, argumenta Santos.Também adepta do agito, a solteira Rebeka Contente (29) é figura comum nos barzinhos descolados e nas festas hypadas da cidade. Para ela, um fim de semana de noitadas e drinques custa, em média, R$ 100 a R$ 120. “Quando exagero no sábado, maneiro no gasto do domingo”, diz. Mas, com os preços altos nos bares - cuja inflação bateu os 6,73% entre junho de 2016 e maio deste ano - e o custo do Uber, nem sempre dá para ser tão econômico na vida de solteiro. “Quem não tem ‘mozão’ estoura o limite do cartão”, brinca Rebeka.Na fatura do cartão de crédito da solteira Gabriella Espíndola (27) não há muito espaço para as baladas. “É comum pra mim ficar em casa lendo, vendo filmes. Quando saio com família e amigos, prefiro restaurantes”, diz, calculando uma despesa média de R$ 50 por noite (R$ 100 por fim de semana) com lazer.Também caseiros, Laís Pedrosa (25) e Deric Soares (27) não se importam em salvar a noite com filminho e pipoca no aconchego do sofá da casa dela. “Nossos programas são mais ligths”, comenta Lais. “Muitas vezes também chamamos os nossos amigos para fazer alguma coisa em casa”, completa. Por isso, a conta do fim de semana costuma ficar, no máximo, em econômicos R$ 150 divididos para os dois. “Se tem outra forma de economizar mais, eu ainda não conheço”, comenta Soares.
Calculadora na mão, o financista Arthur Lemos dá o seu veredito. “Na média, namorar é mais econômico”, sentencia. Mais do que analisar os gastos dos entrevistados - o casal de namorados caseiro foi o mais econômico - Lemos explica que essa é uma realidade brasileira. “Os gastos com saídas, bares, bebidas, boates, festas, costumam ter preços elevados”, argumenta. Os namorados também levam vantagem em virtude de um comportamento social. “Os povos latinos, como os brasileiros, em geral não gostam de ficar sozinhos. Então, quando estamos acompanhados, temos a tendência de nos contentarmos mais com programas menos dispendiosos”, esclarece.Porém, mesmo que sua conta bancária não tenha sido flechada pelo cupido, não há motivo para se precipitar. Nem tudo é tão exato quanto parece no ramo das finanças. “A comparação de gastos entre solteiros e namorados, é claro, pode variar a depender dos hábitos de cada pessoa”, explica o financista. Ou seja, também é possível ser solteiro e econômico ao mesmo tempo.Em qualquer situação, seja você baladeiro, caseiro, comprometido ou não, vale a velha reza dos educadores financeiros: conheça seus gastos. “Muitas vezes (como ocorreu com alguns entrevistados) as pessoas informam um gasto abaixo do real quando são questionadas sobre suas despesas com lazer, alimentação. Isso acontece porque elas fornecem uma média mental, mas, quando vamos para a ponta do lápis, geralmente descobrimos que gastamos mais”, aponta Lemos.No papel de conselheiro - não amoroso, mas financeiro -, Lemos orienta quem quer organizar melhor o orçamento. “É importante estabelecer um sonho e definir quanto ele custa. Pode ser uma viagem, no caso dos solteiros, ou a festa de casamento, para quem está namorando”. Feito isso é hora de delimitar quando se espera realizar esse sonho e quanto é preciso poupar por mês para chegar lá. "O que sobra da conta entre a sua renda líquida menos a sua poupança mensal é o seu padrão de vida. Ou seja, ter mais equilíbrio financeiro é uma questão de hábito”, defende.
1) Faça um diagnóstico - Durante 30 dias, anote todos os seus gastos e a sua renda líquida. Para ficar mais fácil, distribua as despesas por categorias (ex.: transporte, alimentação, festas...)2) Sonhe - Pode ser uma viagem, uma compra ou um projeto, como casar. Ter uma meta é uma importante fonte de motivação para economizar3) Comece um orçamento inteligente - Defina quanto custa o sonho e quando você quer realizá-lo para traçar uma meta de economia4) Poupe - Comece uma poupança e fuja dos parcelamentos, cujos juros costumam ser altos5) Mude seus hábitos - Para que o orçamento funcione, poupe primeiro e gaste depois. Adote a seguinte conta: (quanto eu ganho) - (quando eu vou poupar) = padrão de vidaFonte:https://goo.gl/c2L6f4