Um estudo bem amplo, divulgado no ano passado pela Serasa Experian, traçou um mapa da inadimplência no Brasil. Um dado que realmente chamou a atenção é que 28,1% dos jovens entre 18 e 25 anos não conseguem pagar suas dívidas em dia. Nessa faixa etária, estão aqueles que têm dado os primeiros passos na vida profissional e, para a nossa surpresa, já estão sem controle algum de suas finanças.
A explicação para isso é uma só: falta de educação financeira. O meu objetivo com essa coluna é justamente contribuir um pouco mais para que esse cenário mude, especialmente entre os jovens, a fim de que se tornem adultos mais conscientes e sustentáveis. É dessa maneira que funciona o trabalho de educação; de pouco em pouco, atingindo um público, que por sua vez atinge outro, e assim por diante, até alcançarmos o maior número de pessoas possível, formando uma geração melhor.O primeiro ponto a se falar então, no caso de jovens inadimplentes, são os fatores que mais colaboram para essa situação. Inexperiência, exposição à publicidade e influência social. Em outras palavras, se somarmos a inabilidade nos assuntos financeiros, os apelos das propagandas incentivando o consumismo e a influência dos círculos de amizade – que muitas vezes os forçam a mostrar status – o resultado não poderia ser diferente, não é mesmo?E já que eles estão numa fase de absorver todas as informações e conhecimento disponíveis, sugiro que comecem a se inteirar mais sobre o assunto Educação Financeira, buscando participar de palestras e cursos ou mesmo ler publicações que abordem o tema de maneira prática e descomplicada. Uma sugestão de leitura mais aprofundada é meu livro “Ter dinheiro não tem segredo”, voltado especificamente para esse público.Uma orientação primordial que sempre dou aos jovens é para que comecem a ter o costume de estabelecer objetivos de vida, pois são eles que nos farão ter foco e disciplina, gastando menos com impulsividades e mais com coisas que realmente agregam valor. Para isso, é fundamental o mínimo de planejamento, então, recomendo que relacionem, no mínimo, três sonhos: um de curto (até um ano), um de médio (de um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos). Para cada um, devem saber quanto custa e quanto podem poupar por mês, descobrindo em quanto tempo realizará.Depois que começarem a entender um pouco mais desse universo e ver o que podem conseguir sendo educados financeiramente, os jovens perceberão a importância do assunto, não apenas para o presente, mas principalmente para o futuro, conseguindo até alcançar a tão sonhada independência financeira.