Inflação oficial e Inflação real - famílias precisam entender a diferença

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13/1/2020
DSOP

Foi divulgado recentemente que a inflação oficial do Brasil fechou 2019 em 4,31%, acima da meta para o ano, que era de 4,25%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a primeira vista a notícia já preocupa, contudo, Reinaldo Domingos, PhD em educação financeira, alerta que esse número pode esconder um aumento muito maior para as famílias."A pergunta que faço é, será que essa é a real inflação para uma família que se observou nesse ano? Digo isso por ter claro que o impacto da alta dos preços para população é muito maior do que os números oficiais apontam. E para que uma família tenha essa certeza disso é muito simples, basta fazer uma comparação de seus gastos cotidianos desse mês de janeiro com o do mês de janeiro de 2019", alerta o educador financeiro.Em uma análise simples se observa que foram muitos os produtos de consumo básico que subiram muito acima de 4,31%. O maior exemplo é a carne, que observou um aumento de 34,2% no ano. Outro ponto relevante é que o grupo de alimentos e bebidas foram os que mais impulsionaram esse índice, aumentando 6,37%.Por isso, o especialista alerta que antes de tomar qualquer decisão com base nesse índice oficial é preciso uma análise aprofundada dos gastos. "Ocorre que as pessoas não possuem o costume de anotar os valores que utilizam. Por isso, recomendo que a partir de agora passe a fazer esse exercício, utilizando um apontamento de despesas. Faça isso por apenas um mês durante o ano se tiver renda fixa e até três vezes se for variável".Segundo Domingos, esse cuidado é importante para que perceba aonde vão todos os valores e também o que está apresentando um efetivo aumento no decorrer dos anos. Por fim, haverá o benefício de eliminar gastos desnecessários que minimizam a capacidade de poupar e realizar sonhos.Ao perceber o real impacto da inflação em sua vida, o consumidor poderá também observar que o aumento recente do salário mínimo não arcará com o aumento do custo de vida, sendo que esse passou a ser de R$ 1.039, um aumento de R$ 41 (4,1%), não responderem mesmo as perdas inflacionárias oficiais."Diante desse cenário minha orientação é que as pessoas, antes de sair pagando as contas mensais, façam um diagnóstico da sua situação financeira. Relacione todas as despesas fixas e variáveis para descobrir o comprometimento dos seus ganhos. Investigue para onde está indo cada centavo dos seus ganhos. Só assim conseguirá saber quais são os gastos supérfluos que podem ser eliminados. Isso fará com que tenha um maior controle da real inflação de sua vida e possibilitará ajustar as contas e realizar sonhos", finaliza Domingos.