Dia desses, recordando o passado, lembrei-me de minha mãe. Quando ela se deparava com algum problema, algo inesperado, ou quando planejávamos algo que ela julgasse não ser possível ou difícil de realizar, repetia a frase: “O futuro a Deus pertence”. Hoje, com mais experiência e vivência, entendo o pensamento dela. Religiosa e com muita fé, entregava suas inseguranças e incertezas nas mãos de Deus. Assim ela foi criada e assim nos criou.Naquela época eu era jovem e pertencia a uma geração posterior à dela. Minha geração tinha uma nova perspectiva a respeito do meio econômico e social, vigente à época. Em algumas oportunidades argumentava com ela: “Mãe, e se a gente der uma forcinha a Deus, planejando nosso futuro?”.Quando o assunto era finanças, eu falava: “Vamos economizar e guardar uma parte do que ganhamos para que possamos ter mais tranquilidade e segurança quando envelhecermos”. Ela me olhava com um ar de desconfiança e eu sentia que meus argumentos, em sua mente, não tinham muito significado.A geração dela não tinha essa preocupação que temos hoje com a aposentadoria. Apesar de não terem consciência disso, sua expectativa de vida era menor e a renda paga pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), hoje INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), era suficiente para manter o padrão de vida das famílias.Para nossa felicidade, minha mãe excedeu a expectativa de vida média de sua geração. Viveu até os 93 anos, lúcida, porém com incapacidade física. A pensão que recebia à época, depois das desvalorizações sofridas pelos planos econômicos destinados ao combate da inflação, não era suficiente para suprir suas necessidades. Deus lhe concedeu três filhos, hoje independentes, que lhe propiciaram a dignidade e conforto merecidos.Voltando ao presente, vejo que não se deve depender dos filhos, devendo ser independente financeiramente quando atingir uma idade que não me permita mais trabalhar e que necessite de mais cuidados. Eu, por exemplo, já estou aposentado pelo INSS, porém, a renda que recebo não é suficiente para manter o mesmo padrão de vida que tenho hoje trabalhando.Digo sempre que o maior presente que darei aos meus filhos é não depender financeiramente deles no futuro. Quero sim atenção, amor e carinho, porém, sem dar despesas extras em seus orçamentos. Sempre tive dúvidas se conseguiria atingir o objetivo de me tornar financeiramente independente, até conhecer a Metodologia DSOP. A partir daí, passei a ter certeza de que este sonho é possível.Tendo fixado o sonho de me tornar independente financeiramente e outros, de curto e médio prazo. Assim, comecei fazendo o diagnóstico de meus gastos, preenchendo o Apontamento de Despesas. Essa prática permitiu analisar, avaliar e cortar gastos e despesas que eram supérfluos e/ou não gerava valor à vida.Em seguida, elaborei o Orçamento a partir dos resultados do diagnóstico. Com os gastos sob controle, passei a direcionar parte da renda para a conquista dos sonhos. O restante da renda foi usado para minha manutenção e para suprir as necessidades da minha mãe.Finalmente, cheguei à etapa da Poupança. A parcela da renda que foi separada para a conquista dos sonhos foi direcionada ao mercado financeiro, visando reduzir o tempo para a realização desses.Hoje estou realizado. Após ter conquistado vários sonhos, estou prestes a presentear meus filhos. Vou lhes anunciar, em alto e bom tom, agora sou independente financeiramente. Creio que, fazendo a minha parte, dei uma grande ajuda a Deus.