Por: Yara Ferraz
Via: Diario do Grande ABC
Opções de juros menores ou demais vantagens podem ajudar consumidor
Com a pandemia, que teve forte impacto na economia e causou desemprego, o crédito pessoal virou alternativa para os consumidores. Além dos grandes bancos, fintechs e cooperativas passaram a ter mais espaço, com juros mais baixos, o que atrai quem está à procura de crédito.
Com a Selic (taxa básica de juros) a 5,25% ao ano, as instituições financeiras tradicionais também acrescentam mais taxas de acordo com a modalidade e até mesmo ao perfil do consumidor. Porém, há opções que podem girar em torno de 3,6%, caso da fintecht (startup de tecnologia financeira) Bulla. Segundo dados da empresa, os contratos de empréstimo relacionados ao Grande ABC tiveram alta de 350% neste ano em relação a 2020. A firma é especializada em conectar quem precisa de dinheiro com quem tem para emprestar, e é a primeira a funcionar neste modelo no País com regulamentação do BC (Banco Central).
“Atualmente, quem aplica dinheiro no banco pode ter rentabilidade de, em média, 4% ao ano, enquanto quem pensa em pegar dinheiro pode ter que lidar com jutos de até 10% ao mês. Pensamos em conectar quem tem o montante, emprestando diretamente para outras pessoas. Hoje, o nosso público que precisa de crédito está nas classes C e D”, informou o CEO Marcelo Vilela.
De acordo com ele, há uma movimentação maior de pessoas atrás da plataforma, mas ainda há grande demanda em relação aos grandes bancos. “O crédito tem uma conotação de emergência no Brasil, e nesta hora é muito normal o consumidor ir atrás de qualquer instituição que aprove o crédito dele. Nessas horas, ele só escuta o tamanho da parcela e esse é um dos principais desafios, porque é nessa hora que ele costuma fazer besteira”, comentou.
Na Sicredi, que utiliza o sistema de cooperativa, também houve aumento da demanda na região. Em relação à pessoa física, houve alta de cerca de 12% em 2020 na comparação com 2019 e de 18% até julho de 2021, em relação ao ano passado.
“O grande diferencial fica na parte da distribuição de sobras, de forma que tudo aquilo que o associado tem conosco, seja crédito ou investimento, ele participa da distribuição de sobras, do lucro do fim do exercício. É como se ele tivesse um cashback. E também temos taxas e tarifas justas em relação ao mercado”, explicou a gerente de desenvolvimento de negócios da Sicredi Vale do Piquiri ABCD, Ana Carrera.
De acordo com o educador financeiro Reinaldo Domingos, as alternativas podem ser “boas opções, desde que o consumidor se atente” a determinados aspectos.
“É preciso tomar cuidado e ficar atento com a composição de juros ao ano e não somente ao mês. Em alguns lugares, pode estar dando 30% ao ano, que é 3% ao mês, mas em cinco anos são 120%, ou seja, a dívida mais do que dobra. Além disso, as instituições precisam estar cadastradas e regulamentadas no Banco Central”, alertou o especialista.