Por | Andreia Lima
Nosso país sempre se beneficiou do fato de que a maior parte dos brasileiros estava no mercado de trabalho, assim como a maioria das economias emergentes e jovens.
Por muitos anos, esse cenário garantiu uma contribuição ao ritmo de crescimento econômico e até ajudou a custear a aposentadoria dos mais velhos.
Com mais pessoas trabalhando e menos dependentes, a situação financeira das famílias também melhorou consideravelmente.
Porém, com a redução da entrada de novos trabalhadores no mercado de trabalho, analistas apontam que o país precisa de uma agenda de produtividade para acelerar o crescimento e garantir a sustentabilidade das aposentadorias.
Um dado feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a taxa de fecundidade vem caindo no Brasil. Ou seja, as mulheres brasileiras estão tendo cada vez menos filhos, em média.
Nas últimas décadas, o índice já despencou de uma média de 6,16 filhos por mulher no Brasil, em 1940, para 1,76 filho para cada mãe do país, no dado mais recente, de 2020.
Além disso, dados mostram que as mulheres estão tendo filhos cada vez mais tarde. De 2000 para 2020, a proporção de registros de nascimentos cujas mães tinham menos de 30 anos caiu de 76,1% para 62,1%.
Já os registros de nascimentos cujas mães tinham 30 anos ou mais subiu de 24,0% para 37,9%.
A menor taxa de fecundidade e a tendência de gravidez tardia indica um processo de transição demográfica no Brasil.
O bônus demográfico é o momento em que a população em idade ativa (PIA) cresce e o número de crianças e idosos que dependem dos trabalhadores ou do estado para viver é baixo. Por exemplo:
Imagine uma família formada pelos pais e 5 filhos. Com o passar dos anos, os pais se aposentam. Os filhos, já adultos, trabalham. Mas só um deles decide aumentar a família. Ou seja, se no passado duas pessoas sustentavam cinco, o cenário inverteu: agora, Cinco pessoas (os filhos) sustentam três, os avós e o neto.
Essa analogia ilustra bem como funciona o bônus demográfico, termo usado para definir o período mais favorável da estrutura etária de um país para o crescimento econômico.
Nessa fase, a proporção de jovens que trabalham e contribuem com a previdência é maior do que a de ociosos que usufruem dos benefícios como a aposentadoria.
Nesse sentido, o bônus demográfico ocorre quando a população em idade ativa para o trabalho (de 15 a 64 anos) passa a crescer em um ritmo mais acelerado do que o da população total (que inclui crianças e idosos).
Esse impacto demográfico gerado pela combinação da queda na fecundidade e o aumento do número de pessoas ingressando no mercado de trabalho tende a fazer a economia de um país progredir.
Logo, é o período em que as economias podem aproveitar a demografia para dar um salto de desenvolvimento humano e na qualidade de vida da população, já que há muitas pessoas disponíveis para o trabalho.
Todos os países que atingiram um índice de desenvolvimento humano(HDI) acima de 0,900 passaram pela transição demográfica e aproveitam bem essa janela de oportunidade.
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, afirmou que ampliar o acesso da população ao ensino superior é uma saída para adiar os impactos do fim do bônus demográfico, e ainda buscar algum impulso econômico nos jovens trabalhadores.
Para o economista e demógrafo, essa questão é a “variável chave para o mercado de trabalho até 2040”.
“Para você ter uma virtuosidade nesse momento de quase envelhecimento, que é o finzinho do bônus demográfico, é fundamental que a renda cresça com a idade”, disse.
“Normalmente nos segmentos de menor escolaridade, a renda não varia tanto por idade, ela é quase horizontal. Você vai envelhecendo ganhando o mesmo tanto. Mas isso ocorre no mercado de trabalho”, completou.
O envelhecimento da população é um feito que tem ocorrido em escala global, e pode ser explicado pelo aumento da expectativa de vida e queda da taxa de fecundidade.
Para que uma sociedade envelheça é preciso que tenhamos uma maior população idosa, e para isso, o número de nascimentos precisa diminuir. Criando uma diminuição na taxa de fecundidade.
inúmeros motivos contribuem para esse envelhecimento populacional, dentre eles destaca-se a expectativa média de vida brasileira, que aumentou significativamente nos últimos anos, estando em uma média atual de 76,7 anos.
Fatores como acesso à saúde e qualidade de vida também contribuem para esse processo, bem como o aumento da renda e o acesso à informação e educação.
A soma de elementos sociais gera um melhor envelhecimento, e aliado a políticas públicas (como de seguridade social, aposentadoria, aumento significativo do salário mínimo, velhice assistida, saúde do idoso etc). Logo, isso gera um envelhecimento duradouro e saudável.
Também não podemos esquecer de mencionar que o envelhecimento populacional traz diversas consequências e que nem todas são positivas.
Apesar de que ter uma população idosa significa melhorias nas condições políticas e sociais de um país.
O envelhecimento aumenta diretamente as demandas sociais e econômicas de um país e afeta a política previdenciária, que toma conta de fatores como:
Quando se trata dessas políticas, deve-se considerar demandas específicas a essa parcela da população, como o lazer, que, apesar de ser algo simples, demanda investimento.
Nesse sentido existe a necessidade de altos investimentos econômicos na criação de leis de amparo à população idosa.
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