Diferente do que era esperado, o volume de vendas no varejo aumentou no início deste ano. Vamos descobrir o que motivou esse resultado favorável nas vendas.
Por | Andréia Lima
O volume de vendas no varejo teve alta de 1,1% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (13/04).
No primeiro mês de 2022, o comércio tinha avançado 2,1% (dado revisado após divulgação de aumento de 0,8%).
A alta apurada em fevereiro é maior do que a média das estimativas de 31 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,1%, com intervalo de projeções de queda de 0,9% a avanço de 1,5%.
O varejo restrito, ou seja, o que mede a performance do comércio de bens não-duráveis e semi-duráveis, registrou alta de 1,3% na comparação com fevereiro de 2021.
Exatamente o inverso do esperado pela média das estimativas — e acumula elevação de 1,7% em 12 meses.
A receita nominal do varejo restrito subiu 2,3% em fevereiro, perante o mês anterior, e aumentou 14,3% no confronto com um ano antes.
Já no varejo ampliado, que inclui as vendas de motos e veículos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas subiu 2% na passagem entre janeiro e fevereiro, já descontados os efeitos sazonais.
Os analistas de 31 bancos e consultorias esperavam crescimento de 1%. As estimativas iam de recuo de 0,5% a avanço de 2,2%.
Na comparação com fevereiro de 2021, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 0,3% em fevereiro de 2022.
A única queda aconteceu em artigos farmacêuticos e perfumaria (-5,6%). O setor de informática e comunicação ficou estável (0,0%).No comércio ampliado, o segmento de veículos registrou alta de 5,2%, enquanto material de construção caiu 0,4%.
Segundo Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal do (IBGE), as campanhas de promoções em segmentos varejistas ajudaram o resultado mais favorável nas vendas no comércio varejista nos dois primeiros meses de 2022.
Também é preciso destacar que houve contribuição de uma base de comparação fraca, uma vez que as vendas no varejo tiveram desempenho predominantemente fraco no segundo semestre de 2021.
Além disso, existe um número maior de pessoas trabalhando, e a desvalorização recente do dólar em relação ao real ameniza a pressão sobre itens importantes.
A melhora no desempenho do varejo em janeiro e fevereiro fez o volume de vendas ficar 1,2% acima do nível de fevereiro de 2020, na pré- pandemia, embora ainda esteja 4,9% abaixo do pico alcançado em outubro de 2020.
No varejo ampliado, as vendas operam 0,8% acima da pré-pandemia, mas em nível 5,5% aquém do índice registrado em agosto de 2012.
O patamar de venda ainda está abaixo do que esteve em 2020. Nesses primeiros dois meses do ano, não há um cenário de recuperação relativa ao que foi o máximo da série, mas sim em relação ao patamar bastante baixo de dezembro de 2021.
Segundo especialistas, o fim do ano fraco em 2021 levou empresas de determinados setores a fazerem promoções estratégicas no início de 2022, com peso significativo no resultado das vendas deste início de ano.
Por fim, a consequência mais evidente da pandemia no varejo foi a grande mudança nos hábitos de compra das pessoas.
Essa prática levou muitos negócios a revisarem o uso de canais de venda tradicionais e reorganizarem suas estratégias de desenvolvimento ajudando nos resultados acima, além da mentalidade de pensar no cliente como parte central do negócio.
Agora separamos um conteúdo bem completo com tudo que você precisa saber sobre tendências de consumo em 2022.