Por: Silvio Souza
Via: fdr
O empréstimo com garantia de imóvel vem apresentando alta no país. Essa modalidade de crédito tem sido uma opção para pessoas que buscam um empréstimo de maior valor e com taxas de juros menores. Entenda perspectivas se o empréstimo com garantia de imóvel é vantajoso.
Também chamada de home equity, essa modalidade de crédito chegou ao volume anual de R$ 12,319 bilhões até agosto, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de crédito Imobiliário (Abecip). Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma alta de 46% nas concessões.
Por meio deste empréstimo, as pessoas podem solicitar valores maiores e com longos prazos para o pagamento. As taxas de juros estão abaixo de grande parte dos créditos disponíveis no mercado.
Como é possível usar a casa ou apartamento quitado como garantia, as instituições financeiras possuem menos risco de calote. Dessa forma, as condições desta modalidade tendem a ser melhores.
Ao Globo, a presidente da Abecip, Cristiane Portella, afirma que o valor médio dos empréstimos está entre R$ 160 mil e R$ 170 mil. Cada banco possui um valor mínimo de operação. O teto do crédito tende a ser de 60% do preço do imóvel utilizado como garantia.
Além das condições oferecidas para obter o empréstimo, outro ponto positivo é que não existe uma destinação específica, segundo o diretor de negócios Imobiliários do Santander, Sandro Gamba. Assim, o interessado pode solicitar o dinheiro para usar da forma que preferir.
Outro aspecto que torna esta linha vantajosa é por meio da troca de dívidas mais caras — como do cheque especial e cartão de crédito — pela do empréstimo com garantia de imóvel.
Essa estratégia vem sendo utilizada por diversas pessoas. Segundo um levantamento da Pontte, uma fintech que disponibiliza esta modalidade, 44% das buscas efetuadas em agosto foram com o objetivo de quitar outros créditos pendentes.
Esta modalidade de crédito também pode ser uma alternativa para negativados, segundo o CEO da CrediHome, Bruno Gama, ao Money Times.
Esses cidadãos possuem mais dificuldade para obter um empréstimo. E mesmo quando conseguem, Gama alega que eles sofrem com as taxas de juros cobradas por grande parte dos bancos. A cobrança pode chegar até a 10% ao mês.
Conforme especialistas consultados pelo UOL, os interessados devem avaliar os riscos dessa linha. Se não houver o pagamento da dívida, o cidadão pode perder o imóvel.
Depois de três meses de cobrança amigável, a instituição pode entrar com o pedido do primeiro leilão — que pode acontecer entre o quarto e o sexto mês —, e o segundo leilão — entre o sexto e o nono mês, geralmente.
Se o imóvel ir a leilão, o dinheiro arrecadado é usado para quitar o débito com a instituição financeira. Caso o leilão renda um valor maior do que a dívida, a diferença é destinada ao cliente que perdeu o imóvel.
No entendimento do educador financeiro da empresa de cursos de educação financeira Dsop, Alessandro Torres, essa modalidade deve ser utilizada para quem conta com fontes de renda que possam sustentar a situação em caso de perda de salário ou demissão, por exemplo.
Sendo assim, antes de tudo, há a indicação de se ter uma reserva de emergência.
Outro ponto que os interessados devem se atentar são os custos. Como exemplo, estão as tarifas e indexadores que corrigem as parcelas. Além disso, há o custo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Ao Globo, o professor do MBA de Gestão de Incorporação e Construção Imobiliária da FGV, Sergio Cano, destaca que ainda há a tarifa de avaliação do imóvel e o registro pago para alienação fiduciária em nome do credor.
De forma geral, ele afirma que essas taxas são embutidas na operação — e incluem dentro do crédito a ser liberado. De qualquer modo, o interessado deve considerar este custo antes da contratação.
Por: Silvio Souza
Via: fdr