Que as crianças são o futuro todos já sabem, mas como inseri-las em um tema tão complexo quanto às finanças? A solução está em aplicar educação financeira e empreendedorismo em sala de aula. Mas será tão simples assim?
Por | Paulo Paquera
Falar sobre dinheiro ainda é um tabu na maioria das famílias. Muitos pais e responsáveis seguem pregando que dinheiro não é coisa de criança. Mas qual a idade certa para introduzir seus filhos dentro deste universo financeiro?
Pensando sobre outras disciplinas, como o inglês e o espanhol, por exemplo, é comum pensar que “quantos antes aprenderem, melhor”, então, por que não aplicar o mesmo pensamento quando o assunto é dinheiro e planejamento?
Aprender sobre educação financeira e empreendedorismo em sala de aula ajudará as crianças de hoje a se tornarem pessoas com uma capacidade de tomada de decisão muito melhor, além de estarem preparados para viver a complexidade da vida adulta.
O empreendedorismo estimula a criatividade para identificar problemas e elaborar saídas que sejam vantajosas para si e para a sociedade como um todo.
Em um mundo utópico, essas matérias – educação financeira e empreendedorismo – seriam ensinadas desde os primeiros anos letivos, para as crianças desenvolverem uma mentalidade sustentável e crítica.
Mas como nem tudo são flores, mesmo que sejam temas transversais obrigatórios na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ainda enfrentamos reais dificuldades para preparar nossos professores e introduzi-los nesta realidade.
As dificuldades começam quando a informação não chega até os professores – responsáveis diretos pela educação – de que ambos são temas obrigatórios.
Pior ainda, quando as instituições de ensino não os capacitam para implementar um plano de vida eficiente, que acompanhe as crianças até a formatura no segundo grau.
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Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae e pelo Canal Futura, em parceria com o Plano CDE, 46% dos professores entrevistados apontam que a falta de tempo é a principal barreira para incluir o assunto no dia a dia.
Sem contar que um a cada quatro profissionais da educação alegam não ter confiança ou conhecimento para falar sobre o tema.
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Responder “com certeza” seria óbvio, mas toda afirmação precisa de embasamento para isso, portanto, seguem os fatos:
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, defende que é preciso ajustar, prioritariamente, a forma como o tema é apresentado aos professores, para ampliar a compreensão do que é educação financeira e empreendedorismo.
Ainda segundo Melles, a educação financeira e a educação empreendedora são essenciais para desenvolver os estudantes e estimulá-los para assumir o protagonismo, independente de sua faixa etária.
Já João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, avalia que as disciplinas em questão são essenciais para a construção da autonomia dos estudantes.
Em resumo, ensinar educação financeira e empreendedorismo em sala de aula é fundamental para a construção, não apenas de cidadãos melhores, se comparado a geração anterior, mas para uma sociedade realmente sustentável.
Com a mentalidade forjada com base nesses princípios, os alunos terão repertório para entender como conduzir sua vida financeira e traçar planos para conquistar objetivos e, principalmente, realizar sonhos.
É extremamente importante aprender sobre dinheiro ainda na infância, pois somente assim se conquista a independência financeira que muitos perseguem até hoje.
O que você teria feito de diferente em sua vida caso a Educação Financeira e o empreendedorismo fossem uma realidade desde cedo nas escolas?