Quando se fala de finanças para casais, as discussões são um dado adquirido. É, portanto, muito importante que haja cuidado no tratamento desta questão. Segundo o educador financeiro e doutor em educação financeira Reinaldo Domingos, grande parte dos casais desconhece quanto ganha o parceiro e mesmo em que é que gasta o dinheiro.Esta é uma situação preocupante, que gerará, na certa, problemas futuros. "A primeira dica em relação ao tratamento do dinheiro do casal é sempre muito diálogo, mas isso não acontece", esclareceu.Qual é a solução? O mais adequado é elaborar um orçamento conjunto, baseado nas necessidades e nos objetivos do casal ou da família. Também é muito importante que se estabeleçam regras financeiras a seguir, como quem paga o quê. Essas regras, contudo, devem ser alvo de revisão sempre que possível.A divisão de contas é, precisamente, uma questão primordial. Pode criar-se uma conta conjunta para liquidar despesas fixas. "No entanto, seria interessante avaliar a possibilidade de cada um ter sua conta corrente, definindo os seus limites, pois cada um pode ter seus próprios gastos", refere Reinaldo.No que diz respeito a investimentos, esses devem ser feitos em conjunto, para se poupar mais dinheiro e obter melhores resultados. A única questão que deve ser tratada de forma independente é a reforma.O segredo é, portanto, colocar tudo em pratos limpos. Falar sobre as despesas e obrigações, mas sem descurar os sonhos e objetivos, os individuais e os coletivos. Não se pode colocar os sonhos de lado, é um dos principais erros de um casal.E quem tem contas separadas? Não se deve discriminar quem ganha menos. É uma família e toda a gente contribui com o que pode.Eis algumas orientações do educador financeiro:1. Reuniões frequentes entre o casal para debater as finanças. Não deve ser um momento de tensão, mas de projeção.2. Estabelecer sempre sonhos de curto, médio e longo prazo, devendo existir objetivos coletivos e individuais;3. Um ponto que geralmente é foco de divergências é o padrão de vida que o casal leva. Há que fazer um diagnóstico financeiro e ajustar-se à realidade;4. Outro motivo de discussão é o fato de um dos parceiros ser, regra geral, mais comodista. É importante estabelecer um meio termo, tendo em conta que as pessoas são diferentes;5. Deve haver a preocupação com a vida financeira a longo prazo, neste caso, a reforma;6. Caso tenham filhos, é preciso inclui-los na conversa sobre dinheiro. Mas, mais do que isso, é importante chegar a acordo sobre como será a educação deles;7. Se um dos parceiros fez alguma coisa errada em relação a dinheiro, é natural que haja atrito. Não se deve discutir a 'quente' mas também não se deve fingir que está tudo bem quando não está.8. Recorde-se que é nos momentos de dificuldade que vemos com quem realmente podemos contar. Assim, em caso de crise financeira, em vez do distanciamento, o ideal é procurar estar mais próximo de quem se ama.Fonte:https://goo.gl/LKofcw