Por | Paulo Paquera
Todo dia 08 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher e em pleno ano de 2022, ainda nos deparamos com questões que deveriam ter sido abolidas (ou nunca existido) há muito tempo.
O que nos leva a pensar: será que o Dia Internacional da Mulher é realmente internacional? Bom, é sobre isso que abordaremos neste artigo especial.
Cada país possui seus costumes e cultura, por isso, em países como Arábia Saudita, por exemplo, essa comemoração de Dia Internacional da Mulher não acontece devido a um pensamento retrógrado e machista. Se você é mulher, esse não é um bom lugar para passar férias.
O Banco Mundial, sediado em Washington (EUA), maior e mais conceituado banco de desenvolvimento do mundo, fez uma pesquisa, analisando mais de dez anos de dados e chegou a um resultado alarmante.
Segundo a instituição, apenas seis dos 187 países consultados possuem paridade total de direitos entre gêneros, sendo eles: Bélgica, Dinamarca, França, Letônia, Luxemburgo e Suécia.
As mulheres europeias e asiáticas possuem uma média de 84% dos direitos dos homens, seguidas pelas norte-americanas, com 83%.
Como mencionado, a Arábia Saudita, com sua legislação repressiva, ocupa o último lugar na lista, onde as mulheres possuem apenas 25% dos direitos. Definitivamente, não é fácil ser mulher por lá.
A média global, de acordo com o estudo do Banco Mundial, diz que as mulheres detêm cerca de 75% dos direitos dos homens, o que é um verdadeiro absurdo, em tempos modernos.
A mesma pesquisa do Banco Mundial aponta também alguns dados positivos. Na última década, 131 países fizeram cerca de 274 mudanças em leis e regulamentações para aumentar a igualdade de gênero. Em busca dos devidos, merecidos e justos 100% de direitos.
Além disso, mais de 35 países – ainda é pouco – adotaram leis que protegem as mulheres de assédios no trabalho, atingindo mais de dois bilhões de mulheres. Isso dá esperança de um real Dia Internacional da Mulher.
Por mais que os movimentos feministas lutem com afinco pelos direitos das mulheres, ainda nos deparamos com situações completamente absurdas ao redor do mundo, provando que a luta pela igualdade precisa continuar forte e, se possível, ganhando cada vez mais adeptos.
Segundo o relatório do Banco Mundial chamado “Mulheres, Empresas e Direito”, 104 países ainda impedem que mulheres exerçam certos tipos de funções.
Em Madagascar as mulheres têm permissão para trabalhar apenas em estabelecimentos familiares, sendo proibidas de trabalhar no período da noite.
Na Argentina as mulheres são expressamente proibidas de trabalharem em produções de licores ou destilação de álcool.
Porém, o país com as maiores restrições é a Rússia, com impressionantes 456 tipos de proibições. Tudo começou com a extinta União Soviética, no ano de 1974, mas foi o atual presidente russo que tornou lei em 2000.
No ano de 2012, o Irã proibiu as mulheres de se matricularem em 77 cursos universitários. Dentre os cursos proibidos estão: engenharia, informática, física nuclear, arqueologia, química e negócios.
E sabe qual a justificativa para isso? Pasmem: as matérias foram consideradas como “não adequadas para a natureza feminina”.
O que é, no mínimo, contraditório, já que o Irã foi um dos primeiros Estados do Oriente Médio a permitir mulheres nas universidades. Após a Revolução Islâmica de 1979, o governo até lançou programas de incentivo para que a porção feminina da população cursasse o ensino superior.
Toda repressão acontece, não por falta de capacidade, conhecimento técnico ou teórico, eles nunca vão assumir, mas tudo leva a crer que essa opressão histórica acontece por medo, afinal, como dizem, elas fazem tudo que os homens fazem em cima de um salto alto.
Como vimos hoje, a vida das mulheres está longe de ser um mar de flores, mas para muitas delas, isso se torna um agente motivador para fazer a diferença na sociedade.
Por isso, convidamos você a ler e a compartilhar os artigos deste mês das mulheres, que vão ao ar nas próximas terças de março. Dia 08 o tema será “Empreendedorismo Feminino”.Curtiu o artigo de hoje? Conheça o livro que pode mudar sua vida chamado Eu mereço ter dinheiro, focado em Educação Financeira para mulheres.