As Instituições financeiras têm investido nesse novo mercado para estreitar cada vez mais cedo o relacionamento com os clientes, tornando as contas bancárias para crianças o novo filão de mercado para os bancos.
Para dar mais autonomia aos filhos, os pais estão se antecipando às necessidades futuras e abrindo contas bancárias para as crianças.
A grande maioria dos pais constataram que essa foi uma boa decisão, já que as crianças se sentem incluídas, pagando sozinhos por seus jogos, recarregando seus celulares, falando com o gerente e, até mesmo, arriscando alguns investimentos.
Um ponto que tranquiliza e incentiva os pais é que a primeira conta bancária das crianças permite apenas transações à vista, com o saldo que os responsáveis depositam mensalmente.
Além disso, toda movimentação é notificada imediatamente aos responsáveis, através de mensagens ou e-mails.
No Brasil, já existem mais de 10 milhões de contas bancárias para menores de idade, conforme informado pelas instituições financeiras.
Contas bancárias para crianças é um dos nichos que mais têm crescido no sistema bancário no país, com os bancos tradicionais e fintechs passando a olhar cada vez com mais interesse para esse filão.
Conforme os últimos dados do Banco Central, que informa apenas as contas abertas entre jovens de 15 a 24 anos, são, ao todo, 23 milhões nesse público, um crescimento de 50% na última década.
Esse crescimento é um reflexo do novo olhar das instituições financeiras para o seu público. Além do interesse em iniciar o relacionamento bancário cada vez mais cedo com seus clientes e assim driblar um ambiente cada vez mais competitivo.
Nesse sentido, esse foi um passo obrigatório para ir ao encontro das necessidades de um mundo cada vez mais digital. Além disso, é possível deixar os pais e responsáveis ainda mais próximos.
Em um passado não muito distante, as crianças recebiam dinheiro vivo para comprar pequenas coisas, como doces e brinquedos, por exemplo.
Hoje vivemos em um mundo digitalizado, onde os jogos eletrônicos são uma grande febre entre os mais novos, por isso é essencial que elas tenham a autonomia, mesmo que restrita, para fazer pequenas movimentações e, para isso, precisam de uma conta ativa.
Pelas regras do BC, os menores de idade podem ser titulares de contas, desde que sejam representados pelos pais, quando menores de 16 anos. Nesse caso, apenas os responsáveis assinam o contrato de abertura de conta, entre 16 e antes de completar a maioridade, pai e filho assinam o contrato.
Outra mudança de regra que deu acesso às contas para crianças foi permitir a conta de pagamento para esse público – é preciso o CPF, registro que hoje já está na certidão de nascimento.
Se antes apenas os maiores de 16 podiam abrir contas, hoje isso é possível até para um recém-nascido.
O Next, banco digital do Bradesco, apontou que o produto “Next Joy”, lançado em 2020, mais do que dobrou de um ano para outro.
A decisão foi de oferecer esse tipo de conta aos pais e responsáveis que já têm conta no banco digital. Com as contas conectadas, um pai pode programar mesadas aos filhos.
No Next, há uma parceria com a Disney, para o uso de personagens e tornar a experiência no banco mais lúdica para as crianças.
O banco digital C6, por sua vez, lançou a conta Yellow, como forma de tornar sua prateleira de produtos ainda mais completa, abrangendo também as crianças em seu catálogo de possibilidades.
Um efeito já notado quando um pai abre uma conta para o filho é que seu engajamento aumenta, já que acaba entrando mais no aplicativo do banco para verificar as movimentações da criança ou adolescente e, como consequência, passa a conhecer mais os produtos oferecidos pelo C6.
A ideia é motivar as crianças a planejar o futuro de curto prazo, para conquistar determinado sonho, como um computador gamer ao final do próximo ano.
Além disso, é possível escolher o nome impresso no cartão, tornando a experiência ainda mais lúdica e satisfatória para pais e filhos.
No Itaú Unibanco, foi lançada uma conta própria para o mundo gamer, que foi batizada de Player's Bank. Na época, contudo, apenas para maiores de 18, entretanto, no ato do lançamento já notaram a necessidade de reduzir a faixa etária.
A grande jogada é que não existe a obrigatoriedade do pai ser correntista do Itaú. Essa estratégia já deu alguns resultados positivos, onde foi identificada uma movimentação: filhos que têm a conta gamer começaram a atrair os pais a abrirem suas contas depois.
E, para ajudar na educação financeira desse público mais jovem, a comunicação é personalizada: influencers gamers falam em seus programas sobre a importância de se poupar, por exemplo, tanto dentro do aplicativo como fora.
Assim, eles passam a ter uma visão mais realista do dinheiro e uma noção do que eles realmente precisam, de como guardar dinheiro, porque investir, entre outras coisas.
Além disso, com um maior estímulo para saber sobre finanças, jovens e crianças conseguem compreender melhor esse universo e desenvolver mudanças comportamentais em relação à forma como entendem e lidam com o dinheiro, o que vai ser essencial para um melhor controle financeiro quando adultos.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre as contas bancárias para crianças, acesse o nosso site e veja Como ensinar seus filhos a poupar.