Por | Reinaldo Domingos
Hoje quero falar sobre a vida financeira das pessoas, muitas pessoas querem mudar em relação ao dinheiro, poupar mais, investir, mas não conseguem. Assim é preciso passar por um processo de conscientização sobre o tema, ou o que eu chamo de descoberta do seu “eu” financeiro.
É fundamental uma nova etapa na vida de quem quer mudar a relação com o dinheiro e isso deve ocorrer em vários níveis. O primeiro passo é anotar tudo e chegar aos números: quais são e quanto se gasta e qual o impacto que cada atitude de compra tem no orçamento mensal; em outras palavras, saber quais são os gastos que desequilibram sua balança.
No entanto, somente os números não bastam. Também é preciso averiguar os padrões de comportamento que estão por trás dos números: com o que se gasta e em quais momentos, ou em que dias da semana ou do mês se gasta mais ou menos.
Vivemos em uma sociedade totalmente consumista, em que a maioria dos hábitos de consumo se baseia em padrões sociais. A todo momento, somos bombardeados – crianças, jovens, adultos e até mesmo “jovens há mais tempo” – com mensagens de “Compre! Compre! Compre!”. Comprar faz parte.
Boa parte das mercadorias à nossa disposição são fundamentais para nossa saúde, bem-estar e qualidade de vida. Sugiro, porém, que se faça uma análise do seu comportamento de consumo e mude, desde já, os hábitos que não fazem bem para a saúde de suas finanças.
Ao registrar os gastos diariamente, é provável que se perceba uma série de compras absolutamente dispensáveis, que, no entanto, estão lá, inchando seu orçamento e consumindo seus rendimentos. Esse é um mal que a pessoa poderá atacar desde o primeiro momento em que decidir lidar melhor com seu dinheiro.
Em resumo: não compre coisas que seu dinheiro não pode comprar. Tal atitude apenas traz mais sensação de culpa, raiva, insegurança e, o que é pior, desequilíbrio financeiro. Por isso, toda vez que for comprar algo, procure observar o sentimento e a motivação por trás desse ato.
Responda com sinceridade se é preciso aquele bem, naquele momento, ou se essa compra poderia perfeitamente ser adiada. Acredite: ao adiar a compra por um ou dois dias, muitas vezes se percebe que não precisa, de fato, daquele item. Muitas vezes, grande parte das compras se dá por impulso.
Caso sinta-se emocionalmente vulnerável, para evitar as compras por impulso, minha sugestão é:
Fazer uma reflexão sobre como essa moeda de troca chamada dinheiro interfere diretamente em nossos sentimentos é fazer uma terapia financeira que demanda, necessariamente, conhecimento e domínio sobre o próprio “eu” financeiro. Com isso, a pessoa será capaz de despertar a capacidade adormecida que tem para gerir com sucesso seus recursos e viver com prosperidade.
*Reinaldo Domingos é PhD em Educação Financeira e está à frente do canal Dinheiro à Vista. Presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.