Você sabe o que é o nocaute financeiro que os brasileiros estão sofrendo? Podemos resumir que a capacidade de compra está levando uma verdadeira surra em relação aos aumentos. Saiba tudo sobre esse assunto no artigo de hoje.
Por | Paulo Paquera
O trabalhador brasileiro está sofrendo um “nocaute financeiro” diante da realidade econômica atual.
Segundo informação publicada recentemente (04 de maio) no Portal G1, com o impacto da inflação oficial de março de 2017 até março de 2022, o Real perdeu 31,32% de seu valor e poder de compra.
Em outras palavras, com o mesmo valor o brasileiro consegue comprar hoje apenas dois terços do que comprava antes.
Analisando essa notícia acima fica a pergunta: Será mesmo que essa inflação oficial declarada pelo Governo Federal reflete na verdadeira oscilação de preços junto aos compromissos do dia a dia da família brasileira nestes últimos 5 anos?
Certamente que a resposta é não! Se fizermos uma simples comparação de quanto você comprava, com R$ 100,00 no início de 2017, com o que compra no início de 2022, certamente vai constatar que a perda da capacidade de compra foi de aproximadamente 80%.
Em outra comparação destes últimos 5 anos, agora junto ao mercado internacional, usando o mês de janeiro de 2017, quando o um dólar valia R$ 3,14, comparado com janeiro de 2022, que valia R$ 5,30, a perda junto ao mercado internacional foi de aproximadamente 60%.
Ou seja, se uma pessoa tivesse investido nessa moeda estrangeira, hoje estaria mais rico em 60%. Mas, simples investimentos não são práticas e tão pouco uma realidade para 95% das famílias brasileiras.
Para agravar ainda mais a situação, temos os aumentos nos preços dos combustíveis, a gasolina estava em janeiro de 2017 com o valor de R$ 3,72 o litro, hoje é praticado no Brasil um preço médio de R$ 7,00, ou seja, aproximadamente 100% de aumento.
Estes aumentos provocaram repasses sucessivos em todas as áreas de consumo como alimentação, vestuário, educação, lazer, etc.
Por outro lado, os aumentos salariais não tiveram elevações acumuladas superiores à 30% nesses últimos 5 anos, o que leva a um “nocaute financeiro dos brasileiros”, ou seja, a capacidade de compra está levando uma surra em relação aos aumentos.
O desafio agora é como vencer esse desnível. E para isso não se pode fugir da realidade, buscando soluções com aumento dos ganhos com rendas extras, por exemplo.
Ou fazer uma grande faxina financeira e adequar a realidade a um novo padrão de vida. Nesse último caso é imprescindível envolver toda família e buscar por ação imediata.
É preciso colocar as mãos na massa, não se pode ficar apático esperando por um milagre ou uma mudança na economia que não acontecerá. Assim é preciso que os gastos sejam reduzidos para patamares que possam estar em equilíbrio com os ganhos.
Pode parecer complexo, mas os excessos e desperdícios podem chegar a representar, incríveis 50% de todos os gastos familiares, considerando itens essenciais como água, luz, combustível, vestuários, etc.
Outro ponto de destaque são os investidores com dinheiro aplicado, que também perderam poder aquisitivo e seus rendimentos financeiros (juros) não estão sendo totalmente repostos frente à verdadeira inflação. Nenhuma aplicação consegue repor a perda do valor do dinheiro.
Para comprovar isso, temos uma ação que o próprio Governo Federal deu, com o lançamento em 2020 da nova nota de R$ 200,00. Isso consolida de vez a perda do valor da moeda Real.
Essa situação financeira traz a certeza de que ninguém vai resolver o desequilíbrio financeiro no lugar da população, apenas as próprias pessoas, junto com seus familiares. A mudança está em entender que o dinheiro não aceita desaforo.
Em momento de alta da inflação é preciso tomar atitudes que reduzem os impactos da perda do poder aquisitivo, trocando de marcas, mudando os locais de compras ou outras ações. Sempre existe uma forma de comprar melhor e com economia verdadeira.
As famílias podem até mesmo estarem sofrendo ‘um nocaute financeiro’, mas como um pugilista ainda é possível levantar e reverter essa situação.
Mas, isso requer muita atenção e mudança de comportamento e hábitos financeiros.
Um dos grandes antídotos e agentes motivadores para que todos os familiares se engajem nessa empreitada são os sonhos e propósitos (que dever ser individuais e coletivos). Por isso a importância da prática da educação comportamental financeira na mudança de vida.