3,81 milhões de contribuintes brasileiros receberão no próximo dia 31 de agosto um total de 5,1 bilhões de reais referentes ao quarto lote de restituição do Imposto de Renda 2021, relativo ao ano-base de 2020. Um dinheiro que poucos se lembram que vão receber e que deve ser utilizado com grande inteligência.
Para saber se está nesse grupo já é possível acessar o site da Receita, o portal do e-Cac ou por meio dos aplicativos para telefone celular que podem ser baixados para plataformas Android ou IOS.
Em momentos como o atual em que muitos estão saindo ou ainda enfrentando uma pesada crise financeira, esse dinheiro será fundamental. Mas, é preciso inteligência para que não utilize de forma errada, por impulso ou falta de planejamento, conforme explica o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), Reinaldo Domingos.
"Após um período longo de crise sanitária, com reflexo pesado no mundo financeiro, a economia volta a aquecer, mas as finanças pessoas ainda estão muito fragilizadas. Receber um valor que não estava planejado é um grande diferencial, podendo ajudar a equilibrar as finanças. Por isso, quem for receber deve dedicar algumas horas para analisar as finanças e traçar caminhos financeiros futuros ", alerta Domingos.
Um alerta do especialista é que, por ser um ganho extra e as pessoas estarem em um alto nível de estresse, é muito comum que as pessoas o utilizem de forma desordenada o dinheiro, apenas saciando os impulsos consumistas que estavam guardados, assim é importante ficar atento para não desperdiçar essa chance de ajustar a vida financeira.
"A primeira preocupação das pessoas deve ser com as dívidas. Quem estiver com financiamentos ou dívidas no cheque especial ou no cartão de crédito, deve estabelecer uma estratégia para eliminar o problema. Mas nada de sair pagando essas, é preciso estratégia na hora de procurar os bancos e se não encontrar uma boa negociação, não fechar o acordo", explica Reinaldo Domingos.
Outro ponto importante é que, antes de pagar é preciso ter em mente que é hora de combater as causas das dívidas e não o efeito, e isso só se faz com educação financeira.
Para os contribuintes que não têm dívidas, segundo Domingos, o ideal é investir o dinheiro, mas é importante que o investimento esteja atrelado aos objetivos das famílias, caso contrário, o retorno poderá não ser tão interessante, causando até prejuízos.
• Por mais que os números mostrem um tipo de investimento como vantajoso, vários fatores devem ser avaliados antes dessa decisão, dentre os quais estão o comportamento do mercado, que pode mudar de rumo com o passar dos anos e, principalmente, os sonhos e objetivos que se quer atingir com o dinheiro investido;
• Investir apenas na linha que, aparentemente, tem a maior rentabilidade pode ser uma armadilha, levando até mesmo a prejuízos. E, já que o investimento deve ser atrelado a um sonho, é importante saber que devem ser, no mínimo, três: curto, médio e longo prazos. Os de curto são aqueles que se pretende realizar em até um ano. Para esses, é interessante aplicar em caderneta de poupança, pois, quando necessitar, terá a disponibilidade de retirar sem pagar taxas, imposto de renda ou perder rendimentos;
• É importante manter a calma e não tomar decisões por impulso. Também recomendo que se tenha uma reserva financeira extra para os imprevistos (para este, a poupança também é recomendada), pois geralmente, problemas acabam desviando o dinheiro dos sonhos de médio e longo prazo.
• Por fim, por mais que as informações direcionem para mudanças de aplicações, uma das premissas da educação financeira é manter a calma e ter objetivos, o que fará com que a realização de seus sonhos se torne mais simples.
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